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    Sorriso 115


    Sim, eu era da turma do fundão.
    Mas não pense que eu era exatamente um bagunceiro. 
    Talvez mais para arruaceiro, num sentido amplo,complexo. 
    Um articulador sagaz da balburdia. 
    Não pode se resumir um espírito assim por "zoneiro". 
    Era uma espécie de arte.
    Em todo meu tempo de prática nunca conheci uma menina que sentasse lá atrás.
    Conheci algumas que tinham talento mas talvez por timidez nunca se aventuraram com a "turma lá de trás".
    A Ana chegou e mostrou esta faceta.
    - Não vai passar nesta porta... - Ela disse.
    - Larga de má vontade. - Devolvi fingindo mau humor. Sempre dá certo.
    Não deu. Ela fez pose de caratê. Depois exercitou sua cara de pau de uma forma profissa e divertida.
    Rimos, implicamos, desafiamos, sacaneamos um ao outro. Muito. Como se a gente já se conhecesse.
    Tem gente que é assim. Vive lá no fundão e quando aparece é divertido.
    Depois, mesmo sumindo, vira sorriso.

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