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    Sorriso 096





    Era muita, mas muita erva.
    Um montão deste tamanho. 
    De tudo que é forma, tamanho, cor, folhagem, cheiro.
    Para um garoto como eu, criado em carpete, tudo mato.
    Confesso que tirando palmeira e coqueiro, definir árvores só em outra vida. 

    Mas para o Rafael cada um daqueles galhos era mais diferente que outro.
    - Espinha de peixe, por favor...
    - É pra que?
    - Tosse.
    - Assa peixe.
    - Isso.
    E lá ia ele mexendo no monte de verde, separando os arbustos com conhecimento de causa.
    Para mim poderia me entregar urtiga, arruda ou um cacto que daria no mesmo.
    Não, peraí, eu tenho um cacto. E mora na porta de frente da minha casa. 
    Tudo bem que é cuidado pela vizinha da frente. Mas eu comprei!
    - O que mais recomenda?
    Desafiei. Ele mergulhou nas plantas, tirou uma de folhas grossas e foi embrulhando a minha revelia.
    - Saião... Bate com leite. Mas adoça que o gosto...
    Juro que deu vontade de sair inventando nome de ervas só para ver no que dava.
    - Dá uma olho de moça... Duas xique-xique do brejo... Três apagacentas banguelas...
    O medo era ele encontrar ali naquele meio. 
    E me entregar com este sorriso confiante de que a tosse vai passar.

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