As pessoas sabem do vício do ser humano mas não perdoam.
- Já comeu os doces dali da praça?
Não teve jeito. Num piscar de olhos estáva ali, do outro lado, com a vista estufada e boca salivante diante de tanta tentação.
E o tal bombom de brigadeiro? Não, você não tem noção.
Voltamos no dia seguinte para mais. Assim funcionam os adictos.
Compuz o quadro para a foto e a moça me olhou com a cara fechada.
- Pra que isso?
- Um sorriso? Não pode?
- É melhor com a Dona da barraca.
Mea culpa. Não havia notado que era outra moça.
Se bem que meu foco de ação, de atenção era outro.
Meu primeiro plano ao chegar na barraquinha foram as cores e formas espalhadas por ali.
Parecia que eu queria que uma daquelas guloseimas sorrisse pra mim, me olhasse oferecida e dissesse: - Me come.
Facilitaria a tortura de ter que escolher algo.
- É só um sorriso.
E a moça reclamou, esperneou, lamuriou. Mas cliquei algumas vezes.
- Meu pastor me diz que eu tenho que sorrir mais.
Hoje para minha supresa não tinha apenas um sorriso mas vários.
Bom deve ser assim quando você acha que não sorri e o faz mesmo sem notar.
Deve ser o tal bombom.
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