Sorriso 093

O resfriado apareceu e seguindo a rotina de sempre dei pouca importância.
Assim ele veio e foi e deixou uma tosse como herança. Não uma tosse, uma presença, um espasmo que me fazia parecer com Dustin Hofman em Papillon, numa daquelas celas nas prisões do Suriname. 
Decidi, por experiências passadas, apenas dar uma passada na UPA. Sempre que fui ali o atendimento foi rápido, vapt-vupt

, 30 minutos, sério.
E desta vez não foi diferente. 
Mentira. Foi sim. Muito. Quebrei a cara em forma de puzzle de 5000 peças. Daqueles "Castelo na Croácia", pedaços de castelos e montanhas de neve. 
Ninguém termina uma coisa daquela. Tergiversações...
- Você viu se chamaram Fabiana?
Tava focado no Marton. Diversos nomes já tinham passado por ali. Sinceramente...
- Pergunta ali ao atendente? Ele vai te informar.
- Olha minha bolsa?
E assim Fabiana chegou. Sorriso, papo, muito papo. 
São Paulo, o filho, o novo emprego, as viagens até a Barra, a briga com o motorista mal educado, os nomes engraçados que surgiam no painel... Quatro horas de espera passaram engraçadas. 
E eu? Cof, cof, cof. Todo mundo olhando. Na boa? Se to com estas tosse de últimos dias ali é o único lugar que a tosse se justifica, pois. 
- O sorriso é para um blog...
- Sei...
A fome bateu e fizemos uma vaquinha para comprar um biscoito recheado. Ela foi comprar, eu fui chamado. Voltei e ela não estava mais na sala de espera. 
E Fabiana virou sorriso por aqui.