Sorriso 117
Tem aqueles dias de mau humor.
Não exatamente uma raiva, um ódio mortal, uma ira.
Mas aquela coisa chata de sapos engolidos, paciência testada e pouco tempo para tudo aquilo que
realmente importa.
Como diria o poeta Cadão Volpato:
"Cidade, sono leve,
se vive
tem que trabalhar,
mesmo se sonha
tem que trabalhar."
Agradeço ao Cara lá de cima todos os dias pelo trabalho que tenho. Não cai aqui. Escolhi.
E como diria aquela moça da profissão mais antiga do mundo: faço porque gosto.
Me policio para que estes dias de nuvem negra sobre a cabeça não imprimam em meu rosto.
E foi justamente parado num sinal, enquanto Luiz Henrique esfregava com um pano vagabundo, a minha revelia, o vidro do meu carro que lembrei disso. Aquele moleque magrelo, em busca de moedas, pulando de carro em carro em busca de atenção me deu o toque fundamental. Meu rosto dizia muito para ele.
Ao final do serviço ele não me pediu dinheiro
- Pô Tio, me dá um sorriso ai...
Boa vibração direta, curta, grossa e incisiva.
Sorri e agradeci ao Luiz por ter me trazido subitamente de volta ao mundo que vale a pena.
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Sei que vc não curte muito essa coisa de "poesia" mas este teu texto foi um dos mais poéticos que li nos últimos tempos!! Bravo!
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