- Qual seu nome?
Nem disse. E continuou a beber seu refri.
- Você tem cara de Taís...
Me olhou de lado e sorriu marotinha. Não era.
- Carolina...
Era uma aposta frágil a minha. Não estamos mais na geração de Carolinas, Camilas, Gabrielas... Perái, talvez.
- Já sei, Gabriela? Você tem cara de Gabriela.
Tem gente que tem cara do nome que tem. É engraçado.
Como se os pais tivessem o poder de definir a personalidade ou o peso do mundo que seu filho iria carregar a partir do nome.
Tudo bem que alguns erram feio. Assim como eu, ali naquele momento.
A luz estava quase pronta e eu tinha que rodar. Tinha pouco tempo.
- Paloma? Sheila? Carla? Filomena? Florentina?
Meu deboche a fez gargalhar. Tipo, passou longe.
- Diretor, tá pronto. - Me avisaram.
A frase me puxou de volta as funções e ela tomou mais um gole da sua tubaína.
- Também não quero saber seu nome... - Blefei com um deprezo infantil e falso. Fraco mesmo.
Ai ela sorriu. Deixando claro que o sorriso ali era o máximo que eu poderia ter.
Mulheres. Já nascem assim.
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