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    Sorriso 086





    Encontrei com Eliane e a figurinha na Cobal almoçando.
    Fiquei por lá também.
    - Qual seu nome?
    - Cazartur...
    - Como?
    - Caz-ar-tur...
    Carlos Artur é meio impaciente com pessoas que não o ouvem de primeira. Não tem muito tempo a perder.
    - Quantos anos você tem?
    Com os dedos ele faz um três meio maroto.
    - Quatro?
    A piada recebe um olhar de tédio. Ele fala sem muita paciência.
    - Três...
    Tenho que recuperar nossa cumplicidade.
    - Tá com fome?
    - Não.
    Desafio lançado.
    Equanto os adultos colocam o papo em dia Carlos Artur prova as possibilidades físicas e de resistência da cadeira onde está sentado.
    - Fica quietinho meu amor... - Implora a tia, madrinha, coruja. Ele manda um sorrisão maroto e muito gostoso que a quebra no meio. Um poder.
    Chega o galeto e a peleja se inicia.
    Come o arroz. Não brinca com a batata. É franguinho, você gosta de franguinho. Olha o feijão. Não pode só comer a batata. Mais duas colheradas só. Agora só mais três.
    Em meio a isso tudo números de entretenimento.
    - Olha o balão sorvete! - Diz ele sacana apontando o céu.
    Essa piada, um clássico, eu conheci da idade dele. Mas sou bom escada e sei a importância da platéia no número. Por isso olho. Nada no céu.
    - Derreteu!
    Riso cheio de farofa.
    Foram quase duas horas deliciosas com este espoleta.
    Uma criança alegre, dócil, inteligente e linda. Que momentos depois se despediria de mim com muito amor.
    - Tchau... Bobão! - E riu gostoso.
    Pois é, ele deixa os outros assim.
     — con Eliane Teixeira.

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