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    Sorriso 077




    Durante boa parte da minha infância Mate esteve associado a praia.
    Nada mais natural.
    Quase todo domingo descíamos a Conde de Baependi, atravessávamos a Barão do Flamengo, ganhávamos o aterro e íamos curtir o sol na praia do Flamengo.
    Eu, Marcello, meu irmão, e D. Marlene, minha mãe. Nas férias a frequencia aumentava.
    Ali. com minha prancha de isopor, pegava altas ondas, fazia buracos imensos na areia sem ter um porquê e catava tatuí cheio de nojo quando (se) pegava.
    Na hora da sede vinha o cara, minha memória insiste, de branco vagando e gritando seu bordão:
    "ÉOLIMÃOEMATE!ÉOLIMÃOEMATE"!
    Era uma palavra só. Repetida várias vezes. Um mantra naquele deserto de barracas e esteiras.
    Juntava a molecada e ele distribuia os copinhos de papel e cera. A fila se formava. Sim, tinha um ritual. Trocado numa mão e copo na outra.
    Mas tinha que ter aquela dose certa entre a quantidade de mate e o chorinho de limonada.
    Ou a sede não ia embora.
    Levei um tempo para conseguir tal balanço.
    E quando o "mate" surgiu caminhando no horizonte, mas laranja que nunca, voltou a sensação de estar uns 40 anos mais moço.
    O Júlio parou, sacou o copinho e serviu sem olhar o que fazia. Manejava as torneiras dos barris numa destreza que só os 20 anos de profissão explicam.
    - Tem uns 5 anos que o inverno tá assim. Dia bonito né?
    Concordei enquanto o mate jorrava. Opa. Tá bom!
    - Limão?
    Concordei. Julio deu aquele chorinho sagaz, na medida. Um gole e a sensação que o equilíbrio e a perfeição existem.
    - Bom trabalhar aqui?
    - Não tem lugar melhor...
    É o tal sorriso de verão.

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