Sorriso 099
Meu vício por doce é notório.
Quem me conhece a fundo sabe que durante uma boa época na minha vida poderia faltar amor, dinheiro, amigos no meu dia-a-dia mas jamais goiabada com queijo. Isso como também muitos já sabem são águas passadas. E hoje mais doces habitam na minha existência.
Estranho que, por exemplo, sorvete não me causa fascínio. Nenhum.
- Nossa, o sorvete de tapioca do Itália é uma delicia...
Desprezo.
- Você já provou o manga com gengibre do sorvete brasil?
Nem ligo.
- Ah, vai dizer que um pote de haagen-dazs você joga fora?
Não. Eu como. Mas não com a mesma volúpia da compota de goiaba, um potão de doce de abóbora com côco ou o doce de leite com chocolate argentino.
Por isso quando o Rafael falou...
- Vou ali comer um brigadeiro?
Oi? Fomos.
Enfileirados olhando pra gente, chamando-nos estavam cajuzinhos, beijinhos, trufas e... Ele.
Não, não se prenda na forma. O papelzinho azul ta ali, o granulado também, a cor e a textura agradam... Mas não é redondinho.
Que importa?
- Quanto é tia?
- Um real.
- É bom? - provoca o Rafael já sabendo a resposta.
- Estou aqui há 15 anos. - Responde D. Otilia.
O brigadeiro repousa na boca, dissolve, provoca ondas de prazer e nos transporta para um lugar melhor. Lisérgico.
O corpo agradece feliz o açúcar e o chocolate aplaca qualquer culpa.
O sorriso surge nos lábios. A tia sorri de volta.
A vida é doce.
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