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    Sorriso 152





    Estávamos nós no meio de um monte de pepino e ele surgiu sala adentro com ar decidido.  Tirou o boné e mandou o texto que parecia ter sido preparado com grande coragem.
    - Eu queria, se possível, também fazer assistência e aprender...
    O resto eu não lembro mas a palavra aprender sempre me ganha fácil.
    Leandro, o Lelê, tinha sido contratado como operador de teleprompter. Aquelas letrinhas que ficam passando e apresentadores, políticos, jornalistas, etc, leem fingindo naturalidade.
    Parece função fácil, mas não é.
    Já vi operador de TP (para os íntimos) derrubar muita gente. Ao vivo então, ô.
    E Lelê parecia querer agarrar aquela oportunidade com vontade e ir mais longe. 
    Não tinha como não concordar.
    Na primeira semana brigamos feio. Como não brigo com alguém no estúdio tem anos.
    Mas depois vi que foi apenas aquele processo de ajuste, de deixar claras hierarquias e que muitas vezes o que se fala é por bem, mesmo quando se fala de forma mais dura.
    Inteligente, que ele é, sacou isso. E logo era um dos mais requisitados. Jogava nas dez e aprendia com uma velocidade e facilidade impressionante.
    Com o tempo era mais assistente que operador de TP.
    Mas foi no último dia, no dia da decisão que algo mágico aconteceu: o cinegrafista não apareceu. Hoje acho mágico e poético, no dia teve um tom um pouco mais apocalíptico.
    Logo ele. Que tinha que fazer registros dos momentos que, mais tarde veríamos, seriam o da vitória.
    - Eu faço.
    E Lelê fez. Em todos os cantos que o candidato estava, lá estava ele. Disputando espaço com emissoras de TV, cinegrafistas mais tarimbados, sem perder o quadro. Feliz, agarrado a chance que surgiu em forma de uma câmera de vídeo.  O dia passou rápido, tenso e ganhamos aquela eleição.
    Lá de cima do morro, onde víamos a massa comemorando a vitória como num jogo de futebol, tomávamos umas brejas e tirávamos das costas os quase 120 dias de tensão.
    De lá avistávamos em meio a todos Lelê, câmera em punho, colado ao candidato, gravando cada minuto, cada abraço, cada parabéns. Foi quando alguém me perguntou se eu queria que parasse.
    - Eu? Tem que perguntar ao Lelê se ele quer...  –  E rimos.
    Depois ele se juntou a nós. Palmas, orgulho, click e este sorrisão com a cara da felicidade que ele mesmo ajudou a construir. 

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