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    Sorriso 150




    Tinha eu uns 10 anos talvez, gordinho, sem muita atividade física e ficou decidido que aquilo teria um fim.
    A responsabilidade de transformar a mim a meu irmão em atletas ficou a cargo do meu outro avô, pouco citado até na memória, Félix.
    Morávamos ali por Laranjeiras e o Vô Felix passava num horário incrivelmente cedo para nos buscar.
    Talvez não fosse nem tão cedo assim, mas para meu corpo ainda de garoto era um horário proibitivo. Havia muito sono por todas as partes do meu ser, disso lembro claramente. 
    E lá íamos nós descendo a Conde de Baependi, cruzando a Barão do Flamengo até ganharmos o Aterro. Eu me lembro que me arrastava atrás daquele senhor alto, andar elegante, músculos definidos em seus 65 anos de praia, cabelos e bigodes brancos e uma docilidade ríspida.
    A cor, aquele preto de praia lindo.
    Era nosso treinador.
    Começávamos (tentativas) de flexões, depois polichinelos, que eu adorava, e variações com a tal da medicine ball.
    Ai vinha uma corridinha que guardava um detalhe.
    Enquanto a gente corria pela orla, meu avô mergulhava numa das pontas da praia do Flamengo, ali perto de onde fica a churrascaria, e nadava toda sua extensão em direção ao MAM.
    Chegando ao final, eu mergulhava por ali e dava a volta com ele pelo mar até a prainha, circundando as pedras.
    Observando ali o mar de onde eu estava me veio a cena na lembrança. Não sei se faria isso hoje.
    Mas  a visão me trouxe aquele desafio que com minha pouca idade parecia moleza. Talvez pela confiança da companhia, não sei.
    Tomei meu coco, paguei, roubei o sorriso e contei minha história. O rapaz curtiu.
    Não era o mesmo local mas era o mesmo mar.
    Apesar de também não ser mais eu mesmo.   

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