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    Sorriso 124




    Sempre fui viciado em gibi.
    E meu primeiro emprego, informal, foi ligado a esta paixão e tinha como pagamento a leitura de quantos gibis eu pudesse num espaço de uma hora.
    Explico.
    Na frente da minha casa em Laranjeiras tinha uma banca de jornal.  Ali expostas além das tradicionais Mônica e Cebolinha, tinha Bolota, Luluzinha, Brotoeja, Riquinho, Pato Donald, Mickey, Peninha, fora Almanaques, Manuais, especiais e afins... D. Marlene teria que trabalhar apenas para sustentar meu vício. E para sorte dela não era muito ligado em Super-heróis.
    Foi então que o Jornaleiro, um jovem senhor de uns 60 anos, me propôs que eu ficasse por ali enquanto ele saia para almoçar. Assim foi feito durante parte das minhas férias.
    Acho que nunca li tanta revistinha na minha vida. Devorava duas ou três de uma vez. Apenas, lamentava um pouco não poder trazê-las pra casa para aumentar minha coleção. A hora rolava tranquila e sem sustos, afinal, o movimento era nenhum.
    Um dia o senhor foi embora e em seu lugar entrou uma rapaz que levava marmita. Perdi meu freelancer.
    Quando olhei pro Marco ao lado do meu carro, vestido de guardador, lembrei disso. Do outro lado da rua dois moleques o chamavam para alguma brincadeira. E ele ali, na pose de fiscal de carro. Ele, claramente, não queria estar ali. Nem estava.
    - Vai olhar meu carro?
    Ele fez que sim com a cabeça, sem muita certeza, dividindo sua atenção comigo e seus amigos. Sorriu maroto. Dei dois reais. O Sorriso aumentou.
    Claro que pouco tempo depois ele não estava mais lá. Meu carro com certeza perdeu para uma pipa, uma bola ou quem sabe, um gibi. 

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