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    Sorriso 179



    A voz na secretária eletrônica lá em 1996 ecoa nítida na minha cabeça e, como dizemos em roteiros, e até hoje um plot na minha história.
    Essa história de amor e suspense que escrevo, enceno, dirijo e edito todos os dias. Com raras pausas para sono e algumas outras de procrastinação.
    A voz diz claramente assim:
    - Alô Marton, aqui é Daniel Carvalho do canal USA e você é um dos finalistas do Concurso Dirija seu Talento New York Filme Academy...
    O resto não me recordo. No flash-back mental está é a cena todinha. Toquei a fitinha diversas vezes. Muitas. Andava pelo meu pequeno apartamento na Correia Dutra com vista, de lado, para praia sem direção. Quer dizer, o apê era pequeno, sobrava poucas direções a escolher.
    Liguei para namorada. Nada.
    Liguei para mãe. Nada.
    Lembro que não havia celulares como hoje, ou msn, ou facebook...
    Liguei para irmão e...
    - Alô!
    Pedi para ele ouvir e toquei a secretária. Depois chorei feito criança. Ele do outro lado gritava parabéns e me pedia calma.
    Assim entrei no primeiro concurso de roteiro que participei.
    Lembrei da frase trocada por um chope, uma lição de vida que pedi certa vez a Domingos de Oliveira, depois de um curso fantástico que ele deu no planetário:
    - Em quanto mais coisas você se meter mais coisas acontecerão pra você.
    Parece óbvio, mas não é. Pois envolve esforço.
    Sair da inércia, dar seu próprio impulso e ir.
    Depois tive outros telefonemas, telegramas, e-mails que me levaram de lá pra cá com meus escritos. Três vezes no Curta Cinema, no Sesc de Roteiros, no Bolívia Lab e quando meu seriado Paixão FC entrou na Rio Filmes.
    São momentos chaves desse longa que esta sendo projetado por ai, por onde passou, por onde vou. Lógico que teve muitos não durante todo este processo. Inclusive muito mais “não” do que “sim”. Mas cada “sim”, foi do cacete.
    Incidentes incitantes como diria o mestre na foto: Robert Mckee.
    Nos encontramos pela primeira vez em 2010 no Chile e agora de novo por aqui no Rio. E, apesar de situações diferentes, sempre aprendo muito com ele. Mestre de muitos feras, gente de Globo de Ouro, Urso de Berlim, Cannes, Oscar... Peço apenas um sorriso e ele é simpaticamente objetivo, afinal a fila é grande:
    - Why not?
    Se ajeita confortável e não liga para a quantidade de cliques.
    Desse encontro último encontro com Mckee surge outro concurso, outra peneira, outra aprovação. Agora, horas antes do sim ou do não definitivo a expectativa é a mesma de 1996.
    Bom saber que ainda sinto isso naquilo que faço. Bom mesmo.
    Como frase que li outro dia: “Vai. E se der medo, vai com medo mesmo.”
    Essa incerteza boa que faz com o sangue role com mais força pela cabeça.
    - Write the truth! – Diz Mckee.
    E penso que para o bem ou para o mal amanhã, é o que vou continuar fazendo. Escrevendo a verdade até o the end. 

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