Sorriso 132

Quando estacionei por ali pela primeira vez ele chegou com um sorriso aberto, me ajudou na manobra e quando eu ia negociar o preço, afinal seriam muitos dias e muitas horas, ele esticou a mão num aperto de mão sincero e firme.
- Prazer, Santos!
Depois fomos aos negócios.
É tanto, tanto é muito, menos tanto, assim você me quebra, tanto a mais e chegamos a um denominador comum. Bom para os dois. E virei freguês do cara.
Notei pela dinâmica dos dias que aquela rua, apesar de ser pública, era dele. Seu local de trabalho, sua área, seu escritório. Não por imposição ou na mão grande, mas pela simpatia do camarada.
- Você tem cara de quem precisa de um secretário. Vou ser seu secretário!
E assim ele fez. Do secretário para a amizade foi um pulo.
- A gente precisa marcar uma cerveja...  Sair com as meninas!
Convidou empolgado.
- E nosso Mengão, hein? Mas vai melhorar.
Queria ter esta certeza do Santos que agora as vezes tem decidido minha vida.
- Me dá uma carona até a esquina, fica mais perto pra você. Fico com a chave, depois estaciono num lugar legal pra você e levo a chave lá no seu serviço.
Ele olha em volta e completa.
- Temos que lavar o carro...
Por um momento esperei um “nosso”. Eu concordo. Aí, ele cobra um pequeno pedágio pelo serviço de transporte.
- É o do Guaraplus!
E ri feliz da vida.
Enquanto meu carro se afasta conduzido pelo Santos, penso que uma nova amizade está em todo lugar. Basta você querer que ela estacione.