Sorriso 147
- O senhor já fala inglês?
O senhor sempre me mata. Não, não é síndrome de Peter Pan. Este título apenas me distancia daquilo que acho que sou e me aproxima daquilo que acho que é um senhor.
É, deve ser síndrome mesmo.
O vai e vem na galeria era grande e no meio dela estava a Wanessa, com "w", tentando vender seus descontos para o tal curso.
Dei confiança e ela pareceu surpresa. Como se estivesse abordando a todos no automático sem esperar respostas.
Ela explicou eufórica que era tudo em poucos meses, muito rápido, prático, fácil e praticamente de graça.
Imperdível.
Se ela soubesse que fui reprovado em Francês no São Bento porque a professora Maria do Céu era linda demais, veria que tudo que é bom demais pra mim me dispersa.
Sério, eu viajava na aula. O Francês não entrava na minha cabeça e a visão dela indo e vindo, com seus quadris largos e voz macia não prendiam a minha atenção juvenil. Na verdade prendiam até demais, mas pra outros matérias como biologia.
- Tem que fazer biquinho pra falar... - E fazia. Ai, ai, ai... Juntando este clima a uma falta de estudo, deu no que deu.
Depois tive que aprender espanhol no tapa ao descer em Cuba para estudar e perceber que "aquela lingua parecidíssima" não era a que os Cubanos falam. Só fiquei tranquilo ao conversar como Mexicano Julio. Ali eu entendia tudo.
Pra minha sorte uma das Argentinas da minha classe, Lucia, falava um português corrente o que me fez chegar a língua de forma mais fácil.
E foi na força.
Aprender inglês facinho? No way.
Peguei um folheto e roubei um sorriso. Tentando fazer um charme me despedi no clima.
- See you later...
Wanessa sorriu e diante de quem não entendeu nada por um momento quase devolvi o folheto a ela.
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