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    Sorriso 202



    A gente se conheceu em algum ano no final dos anos 80.
    Eu chamei o Washington para tocar violão e guitarra e o Chico, que tocava baixo, chamou o Décio para a bateria e formamos uma banda de rock, o Bela Carranca.
    Entre os quatro foi um amor à primeira vista com muitos ensaios, promessas de apresentações, ideias mirabolantes e a certeza do estrelato a qualquer minuto. Shows? Foram uns dois ou três.
    Lembro que a gente conversava muito, contava causos, ríamos demais e ali entre uma coisa e outra levava um som.
    Era um belo pretexto para se manter junto.
    E nosso repertório, modéstia a parte, era bem bacana.
    A gente era assim, além de amigos, viramos fãs uns dos outros.
    Depois viajei para longe com aquela certeza juvenil de que ficaria rico. Longos 3 anos se passaram. Anos complicados, de muito aprendizado, poucos amigos e falência financeira.
    Num desses dias difíceis, daqueles que a solidão parece cortar a carne, eu liguei a TV em Recife e lá dentro estava o cara sorrindo pra mim, avisando do jogo de vôlei, com aquele tom amistoso e simpático que salta dele.
    Dali mesmo liguei pra ele e ficamos horas ao telefone. Uma grana que eu não podia gastar mas hoje eu sei que foi um dos melhores investimentos que fiz.  Foi um ponto de virada naquela busca.
    Voltei pra casa. Mas já não era aquela casa. Outro aprendizado.
    Mesmo distante para minha surpresa a vida seguiu para todos.  Realmente não tinha uma noção clara que isso acontecia. Jovem...
    Voltamos à banda. Mas também já não era mais a mesma banda. Tínhamos outros horários, trabalhos, compromissos, projetos de todos.
    E cada um foi por um lado. O Bela Carranca acabou.
    Mas ai que morava meu outro engano. O que uma banda une, nada separa. Talvez seja isso.
    Porque, assim, de uma forma muito peculiar, reencontrar o Décio é como tê-lo visto ontem.
    Aquele papo sem silêncios, de intimidade instantânea e de cumplicidade de amigos de quase infância.
    Rimos de tudo, opiniões semelhantes e visões apaixonadas pelo aquilo que fazemos. E uma camaradagem que é impressionante.
    Sim, isso. Essa é a palavra chave: Décio é um ótimo camarada.
    E agora, convidá-lo e ter a oportunidade de trabalhar juntinho com ele num set foi espetacular.
    Mesmo naquela hora em que tudo parecia corrido, atrasado, embolado alguém me disse:
    - Fica tranquilo que o Décio tá lá dentro contando histórias e todo mundo está se divertindo.
    Sei que muito menos pelas histórias e sim pelo sujeito que as conta.
    E ele havia me avisado quando o convidei para a ponta:
    - Se prepara que sou muito canastrão... 
    E riu, aquela risada maneira e divertida de fundão de sala de aula que ele ainda mantém.
    Depois da cena rodada, e muito bem por sinal, com direito a cacos e improvisos, a frase mais ouvida por mim naquele dia:
    - Esse Décio Lopes é uma simpatia!
    E é. Ponto.
    Por isso, que desde os anos 80 não tem erro. Quando falam dele, citam, comentam ou ele surge na TV digo com tranquilidade:
    - Décio? (pausa) Meu amigo!
    É certeza de ganhar, de quem quer que seja, um sorriso de aprovação volta.  

    1 sorriram também:

    1. que ideia genial. fotos-sorrisos e história. bela combinação. belo texto. parabéns!

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