- Completo?
Podrão é universal. Aqui no Rio chamamos assim talvez pelo aspecto, às vezes
pelo resultado após, um nome que resume o estado de espírito daquela refeição
que salva madrugadas, saídas de estádio e laricas afins.
Um dia teve o nome apenas de cachorro quente. Mas depois das inovações e
alegorias tinha que receber um nome assim de peso. Pelo Brasil já vi Tudão,
Cachorrão, Lanchão...
Mas sei, por aprendizado que a resposta a pergunta lá do inicio te que ser
analisada com muita calma. Estava numa terra que não era minha e o “completo”
pode guardar surpresas.
Como da vez em que o Pedro me ligou no meio da tarde.
- Bora pra São Paulo ver a Bienal?
E fomos assim. Ônibus na madrugada, dormida na poltrona, acordamos em Sampa.
Disposição juvenil.
Acho que nunca andei tanto em minha vida e vimos tudo que tinha de bom do
Ibirapuera.
Antes da volta, sol se pondo, arriscamos um “Dogão”. E o moço da barraquinha lá
em Sampa me perguntou o mesmo. E aceitei o completo.
E na primeira mordida dou de cara com algo que definitivamente, desculpem amigos
amados paulistas, com o podrão: pure de Batatas.
Foi um choque no meu palato. Não conseguia mastigar, engolir, nada. E foi tudo
para o lixo. Nem consegui comer outro, pasme.
- Me defina completo... – Pedi educadamente e ele me falou. E me mostrou molhos
diferentes e queijo curado que ele colocava dentro e depois levava a chapa.
Topei e ele mandou um sorriso completo. Como o meu, cinco minutos depois com a
pança cheia.
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