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    Sorriso 208




    É engraçado como os lugares se repetem. Ou pelo menos na minha cabeça.
    Lembro que em Cuba, decidimos eu e Eva, fazer um circuito off e conhecer o que ninguém curte muito conhecer.  Mas que não por isso, menos curioso e belo.
    Dessa forma montamos numa miniatura de Fiat 147, no banco de trás só eu cabia de pernas abertas, e fomos rodar o interior.  O piloto era um senhor gordo e bonachão, de uma simpatia que saltava os poros. E que pelo que Lembro nos contou em detalhes histórias da Ilha, da revolução e de seu amor pelo comandante.
    Passamos por paisagens de glamour esquecido, abandonadas de forma inusitada pelos gringos em fuga, Americanos que usavam o país como bordel. E como amante pego no flagra foge com o que pode carregar.
    E assim chegamos em Guánabo. Praia linda, paisagem de caribe, mar calmo, mas no ar uma sensação de abandono gigante. Na ruínas dos hotéis da orla, nas imensa pedras camufladas na beira da praia para impedir a invasão yankee, no policial que ficou escoltando a gente, por um motivo que não perguntei.
    Na caminhada matutina na véspera do Natal vendo o mar de Tamoios, com águas um pouco mais selvagens, uma areia não tão branca, o mato alto em alguns pontos a lembrança me levou a Guánabo exatamente pela solidão.
    Uma enorme extensão de areia com quase nenhum ser humano a não ser o menino e sua pipa. Parei, olhei, e a pipa ia e vinha cruzando o céu. Cena de filme ele ali em pé duelando contra o vento e... Surge outra pipa no ar. Ele olha na minha direção e sorri. Não, não é para mim que ele olha, é para depois. Olho para trás e longe outro menino maneja o ar.
    Uma cena de filme de Sérgio Leone. Era um duelo claro. O sorriso um sinal. Movimentos precisos, língua apertada no canto da boca, da linha, da linha, recolhe, puxa... Eu ali curtindo o sol  generoso, o vento macio e o cheiro do sal. E curtindo a briga no ar. Vi quando ele fez alguns movimentos rápidos e sorriu tranqüilo.
    - Cortou?
    Ele balançou a cabeça afirmativamente. Ali pendurada em sua pipa a outra emaranhada e morta. O outro moleque recolheu sua linha e foi embora. Sem mágoas, sem crises, resignado.
    Lembrei que era Natal pela calma daquilo tudo.  A mesma calma que para mim liga Guánabo a Tamoios. 

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