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    Sorriso 206


    A moça se aproximou com alguma dificuldade. Afinal, o mundo não é pensado para quem é diferente. Em nossa padronização do que consideramos normal mover-se numa cadeira de rodas é vencer barreiras, às vezes, literalmente.
    E ela veio até a gente com um sorriso nos lábios.
    - Podem me dar um minuto? – Eu conheço a campanha, já fiz filmes sobre ela e nunca dirigi sobre o efeito de álcool. Por um motivo muito simples.
    - Eu não bebo... – Disse numa forma não de afastar aquele belo sorriso e sim para que ela não perdesse tempo ali. Afinal, nas mesas a minha volta o que não faltava era gente para ouvir seus argumentos.
    Ela olhou para o chope a minha frente e depois olhou para mim outra vez. E me entregou um folheto. Me deixou sem ação diante das evidência dos fatos.
    Explico que ali na minha frente não era um chope. Era uma insistência. Estava pela metade, quente e devia estar ali pelos menos há uns quarenta minutos.
    Não via meu amigo tinha uns anos, ele tinha passado momentos difíceis e combinamos aquele “chope”. O que no meu caso nunca o é.
    - Ah cara, bebe um só... – Tentei mais uma vez, sim, a tal fraqueza de espírito, mas não desce.
    E olha que tentei muito. Na minha adolescência, juventude e até em alguns eventos. Mas não rola. Notei que sempre que bebia algo me incomodava e um dia eu percebi que no fundo não gostava do sabor do álcool em suas variações.
    Então bebia por um problema de personalidade. Fraca é clara.
    Juro que tentei argumentar com a moça que apenas sorria.
    Poderia dizer que ali preferia um vinho branco suave, um mojito ou aquele licorzinho de maracujá quase um suquinho que tomei numa viagem certa vez. Mas chope eu não curto.
    Ela não iria acreditar. E já que era assim. Clique nela.
    Lembrei até da vez que fui parado, duas vezes no mesmo dia, em blitz da lei seca. E mesmo sem ter bebido uma gota soprei o bafômetro muito grilado.
    Afinal, se o estado me para duas vezes para saber se estou de pileque alguma coisa deve ter aí. Vai que eu estou naquele porre de felicidade da canção? Ou tomei a vida num gole só? Ou enchi a cara de boas novas? Tô meio alto naquela alegria de toda manhã... Com aquele sorriso besta de “opa, aí vem mais um dia”!
    Ou embriagado pelo beijo da loira?
    Vai que a traquitana me flagra.
    Vai que...  

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