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    Sorriso 112



    Antes mesmo do Luiz Felipe chegar eu já tinha estacionado.
    A vaga não era fácil mas sou um ás das vagas difíceis.
    Não, não estou contando vantagem.
    Isso me custou uma porta de cada lado do meu golzinho 92, comprado da Laura.
    Uma lanterna do meu gol bolinha branco, adquirido a perder de vista naquela concessionária não muito honesta...
    Umas três mossinha naquele Fiesta branco que só me deu aporrinhação...
    E mais algumas avarias relacionadas a correr riscos. As vezes literalmente.
    Ferimentos da batalha.
    E quando eu aprendia, todo mundo tinha dica:
    - Coloca a lanterna neste retrovisor e a placa do outro carro no outro...
    Ou...
    - Traz o carro até o meio do carro e vira tudo...
    Ou...
    - Uma volta com o volante para ca, ré, duas pra lá, ré, mais uma ao contrário e...
    Ou...
    - Sempre tem alguém por perto... Peça ajuda.
    Esta última humilhante para homens.
    Eu desenvolvi a minha que é do olhar o espaço como se não estivesse ali.
    Uma coisa entre o ninja e o sensitivo.
    Sei que funciona e parei de amassar carros tem tempo.
    - De onde eu estava pensei que não desse.
    Disse o Luiz Felipe com um sorriso de aprovação. Depois emendou rindo.
    - Mas já vi que tu é piloto.
    Tirei onda.

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